terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Reflexão - Cumprimento de regulamentos - Sim ou não? - 1

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Tem-se notado algum desconforto entre os participantes, relativamente às verificações técnicas das últimas provas.

Quando são elaborados os regulamentos, a intenção é de que todos os participantes tenham a honra de os cumprir escrupulosamente.
Não são poucos os casos no entanto, em que os preparadores ao tomarem conhecimento de um novo campeonato, talvez com a ânsia de ganhar terreno, começam de imediato a maquinar as suas bombas. Elaborado que fique o mesmo, tem sido uma constante também, que os preparadores confrontem depois quem tratou da elaboração dos mesmos, de que afinal já cortaram isto e aquilo e que agora não vão comprar outro carro, só por causa dessa "nica". Por mim, "problema seu" seria a resposta.
Perante estas argumentações, quem mata o seu tempo a estudar a formula para que tudo bata certo, acaba por ficar entre a espada e a parede. Por mim, a resposta seria, "poblema seu", não participe...

Estou farto de condescendências.

Afinal quem acaba sempre por sair penalizado, é quem faz gala e se orgulha de escrupulosamente preparar o seu carrinho, de acordo com linhas escritas por quem se deu ao trabalho de muito meticulosamente escrever o que é muito difícil de redigir e muito fácil de criticar.

Aquando da terceira prova do campeonato "Formula 1 - 2009", pessoalmente fiz questão de não desclassificar os dois primeiros, pois seria eu próprio o primeiro dos beneficiados. Atitude muito bem acolhida por uns, mas muito mal por outros. Hoje sinto-me arrependido por tê-lo feito. E por quê? Porque simplesmente foi uma atitude egoísta. E os que ficaram atrás de mim?

No campeonato para modelos "Grupo C", ao José Pedro Vieira foi-lhe impossibilitada a participação com uma fita-cola que vinha do chassis à carroçaria, a prender a frente do seu Mazda. O argumento é correcto, já que o regulamento estipula que estes dois orgão apenas sejam fixados entre si, pelos parafusos existentes de origem, para o efeito. No entanto, situação semelhante ocorrida com o Pedro Correia, o seu modelo foi fixado durante o decorrer duma prova pelo mesmo processo, só que lateralmente.

Estão pois aqui dois exemplos, num em que dois pesos e duas medidas foram tomadas e no outro, em que o incumprimento do regulamento foi uma realidade, já que não estando conforme, haveria lugar , no caso, à desclassificação.

Não pode continuar a acontecer.

Aquando da publicação neste Blog da notícia da "World Cup NINCO", fiz questão de publicar umas imagens que não passaram despercebidas a alguns, em que ficava bem demonstrado o rigor das verificações. Muitíssimo mais exigentes do que o critério por nós estipulado. Mas para mim serve de exemplo e talvez comece a proceder a verificações bem mais sérias do que as até agora existentes.

Bem sei que o meu rigor anteriormente imposto, foi suficiente para afugentar alguns.
Eu lamento, pois ser herói sem escrúpulos, a mim não me daria honra alguma.
E quando um regulamento diz por exemplo, que "uma carroçaria tem que integrar todos os órgãos originais" isso só tem uma leitura, por mais voltas que tentemos dar ao texto. Não há lugar à inversão do "onus da prova".

Deve ser bastante aborrecido ficar fora de uma prova porque falta um farol, bem sei.
Por mim, até nem seria motivo para não deixar passar, (o nosso parque também não é assim tão rico), caso não servisse de "mau pretexto" para amanhã servir de exemplo para o exagero da bandalheira por parte de quem muito bem sabe explorar essas circunstâncias.

Por mim, está na hora de exigência de "RIGOR MÁXIMO".
Agora, gostaria de assistir ao confronto de ideias, para que melhor se aclarem estas medidas.

Um abraço.
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19 comentários:

  1. Viva Amigo Mota.
    A minha opinião é. que se há regulamento todos os itens obrigatóriamente têm de estar cumpridos. Quem não esteja interessado ou não os possa cumprir, não participa!
    Mais simples do que isso não há.
    Cumprimentos de
    J.C.Nogueira

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  2. Grande amigo:

    Não poderia estar mais de acordo. As regras existem para serem cumpridas. Senão a verdade desportiva, por muito "a feijões" que seja, será sempre deturpada.

    Pessoalmente que me conhece sabe que corro apenas pelo gozo e convívio do nosso "desporto". No entanto prezo o rigor no cumprimento das regras para que assim não se ofusquem os meus raros rasgos de brilhantismo, com situações sempre "pontuais" e nunca de cumprimento. O nosso nacional porreirismo leva depois a exageros também muito nossos. Como exemplo poderia dar o facto de ter sido dos muito poucos pilotos a ser penalizado no Rally das Vindimas por não respeitar a zona de travagem. Mas sei bem que ainda fomos bastantes a não fazê-lo... Não digo nomes, pois não iria adiantar de nada, apenas deixo o reparo.

    As regras têm de ser cumpridas.
    Ainda assim deixo uma nota dedicada aos nossos "legisladores" e demais "reguladores".

    Não descurando o esforço e dedicação que envolve regular os nossos campeonatos. O trabalho tem sido fantástico no geral, pena é que de facto no fim não seja respeitado na mesma medida em que é feito.

    A meu ver os regulamentos, bem como os calendários, têm saído demasiado "à queima". É preciso mais tempo para preparar e testar as máquinas, e até mesmo para colmatar eventuais lacunas nos regulamentos. Este reparo também se deve ao tempo que ás vezes não se tem de obter material para preparar os bólides.

    Deixando aqui os votos que esse Natal tenha sido tão bom ou melhor que o meu, e que a entrada em 2010 seja sempre a abrir, deste vosso colaborador e amigo.

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  3. Boas Mota

    Como já tinha dito em comentário à crónica da última prova, está-se a assistir a um crescendo de "interpretações" criativas do regulamento. E a discrepância de rigor de uns concorrentes para outros também não é saudável, se bem que terei sido beneficiado numa dessas situações...

    Mas, concretamente nas situações verificadas nesta última prova, aquando da preparação do modelo, também achei que tirar 0,5 ou 1mm nos ditos apoios melhorava bastante o carro, só que, após leitura do regulamento me pareceu ser ilegal, o que foi confirmado pelo Director Técnico e os apoios permaneceram originais, isto embora a minha carroçaria não assentasse de igual modo em ambos os lados do chassis. E o argumento que não se vai estar a gastar dinheiro noutra carroçaria ou chassis não pode ser usado. Eu fui "obrigado" a adquirir um "tira folgas" da Slot It, pois apresentei o carro com um batente de outra marca, porque não tinha nenhum da Slot It, o que contrariava o espírito do regulamento.

    Não me parece mesmo com muita lógica estarmos a correr para preparar uma competição interclubes, com verificações muito mais rigorosas, e perder tempo a preparar carros que nessa competição não passariam da admissão ao Parque Fechado!

    Abraço

    Pedro Correia

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  4. Olá caríssimos entusiastas.

    Folgo em receber feedback, relativamente à questão por mim abordada.

    Estarei atento a todas as observações por vós apontadas, para assim todos podermos fundamentar princípios com alicerces, que futuramente garantirão a boa interpretação e cumprimento dos regulamentos, por parte dos interessados.

    Apenas pretendo um esclarecimento, acerca do que já foi manifestado. Gostava de melhor esclarecimento acerca do teu último parágrafo Pedro Correia. Não estou certo de o ter entendido.

    Um abraço

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  5. Boas

    O que eu pretendia dizer amigo Mota neste último parágrafo foi que se pretendeu fazer duas provas, principalmente esta última, à imagem da Endurance Series Slot.it 2010, sendo os regulamentos transcritos à letra, sob o argumento de preparar as equipas dos dois clubes e respectivas máquinas para esta competição.

    Daí não perceber qual o interesse em correr com carros ilegais que na Endurance Series Slot.it 2010 não passariam nas verificações técnicas. Naminha opinião a correr com carros assim não se prepara rigorosamente nada.

    Abraço

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  6. Caros Amigos,
    Antes de mais, quero reconhecer que é muito difícil elaborar um regulamento e, ainda mais difícil, apresentá-lo com a brevidade que todos desejariamos. Todos nós que estamos envolvidos nesta modalidade temos muitos outros afazeres que tornam escasso o tempo disponível para o slot. Sinceramente, reconheço que já fazemos muito por este hobby.

    Relativamente ao rigor nas veirificações, há já algum tempo que tem existido pequeníssimos(!?) facilitismos no cumprimento dos regulamentos, com desculpas variadas: "não tenho o elemento que falta", "não tenho outro carro", "não vou gastar dinheiro noutro carro", "então não corro", "isso não tem influência nenhuma", etc. Embora não custe usar a maioria destas respostas, também penitencio-me perante algumas.
    Por outro lado também constatei que alguns regulamento foram elaborados após o estudo minucioso de alguns modelos em detrimento de outros. Bem sei que é dificil analisar todos os modelos mas tabém é desagradável optarmos por um modelo e constartamos que não podemos utilizar as mesmas "armas" que outros modelos porque excede uma medida máxima qualquer imposta, na pratica, por outro modelo.

    Concluindo, acho que temos que ser rigorosos no que os regulamentos determinam, sob pena de alguns se sentirem injustiçados em relação a outros. Relativamente aos regulamentos, sabendo da dificuldade na sua elaboração, dvem ser feitos de forma a não surgirem situações de imcompatibilidade entre acessórios e modelos.

    Abraço a todos e votos de um fantástico 2010,

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  7. Entendi e absolutamente de acordo.

    Obrigado e um abraço

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  8. Boa tarde a todos,

    Nas poucas provas em que participei já tive o meu carro irregular. Não tendo feito o que fiz de forma premeditada, alterei o que estava mal, mas não fui embora.... Este não fui embora é de certa forma uma resposta ao Mota que diz: :"Bem sei que o meu rigor anteriormente imposto, foi suficiente para afugentar alguns." E a falta de rigor não será suficiente para afugentar os que andam legais?

    Ás desculpas tipo: "não tenho o elemento que falta", "não tenho outro carro", "não vou gastar dinheiro noutro carro", "então não corro", "isso não tem influência nenhuma", etc.. Deixo uma sugestão: o carro não está legal mas querem fazer a prova? que tal extra campeonato?


    A situação de dois pesos e duas medidas irá sempre acontecer e seja o Hugo, o Miguel ou o Mota será sempre "complicado" tomar uma decisão desde logo porque também participam na prova/campeonato.
    Assisti a uma situação com o Hugo que de certa forma me marcou, e foi com o carro do próprio Hugo no Grupo C. Uma das rodas da frente não tocava no chão. O Hugo deu voltas ao carro mas a roda teimava em não tocar, fosse o carro de outro e "talvez" o Hugo o tivesse passado, era o dele...

    Parabéns sinceros aos directores desportivos, não me vejo a fazer o vosso lugar...

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  9. Carissimos:

    Só para esclarecer mais duas coisitas.

    Eu valorizo e muito o trabalho feito pelos nossos "reguladores". Tem sido fantástico e meritório de referência sem dúvida. Nunca na história que mem lembro de ter neste hobby vi as coisas tão organizadas.

    Por outro lado também concordo com as palavras do Miguel, na medida em que o cargo de "Director de Prova" não só é importantíssimo como ingrato. Ainda assim relembro que isto não é como o futebol. Não há lances duvidosos sem recurso a repetições. O que é é, o que não é não é.

    Penso assim que por um lado o "Director de Prova" tem de mostrar o rigor que o regulamento obriga, senão deixa de fazer sentido o trabalho nele feito. Por outro da parte de quem regula deixo as sugestões de um planeamento mais atempado (como já tinha dito de resto)e de uma maior sensibilidade no rigor dos ditos. Ter a percepção se de facto aquele milímetro a mais faz diferença ou não.

    Finalmente, parece-me uma óptima ideia a que foi deixada pelo amigo Vieira. Quem não cumpre e quer correr, corre extra-campeonato. Assim não há confusões.

    Abraços e mais uma vez deixo o repto a quem precisar de ajuda nesta ou outras questões. Estamos cá todos para o mesmo. Gatilhar :)

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  10. O problema não são os legisladores, controladores, reguladores ou o que queiram chamar. Estes fazem o melhor que sabe e podem em benefício de toda a comunidade slotista. Sem els, então, seria o caos. Certamente. Aliás, sempre disse, e sem tirar qualquer mérito ao Hugo que está a fazer um óptimo trabalho, sempre admirei a capacidade do Miguel Queirós em manter o bom senso em alturas que é complicado mantê-lo. O Hugo com os poucos anos de slot está a supreender, bem pela positiva. Como se diz no Brasil, "é uma mão na roda" a sua ajuda.
    O problema primordial são os faralhadores. A seguir são as faralhice detectadas não penalizadas. Acho, penso eu, que devemos sempre penalizá-las, pelo menos!
    No entanto, pode ser um pau de dois bicos. Reportando ainda a resistencia no GTTeam, em conversa comigo, tanto o Luis como o Aguilar da ART, afirmaram que não fizeram nada a carroceria (tirando a falta dos elementos que falharam, principalmente na resistencia da CSB). E, eu, perante tal afirmação tenho que acreditar neles. Acontece que devemos esclarecer as dúvidas que surgem ou que me surgiram: seriam aqueles cortes originais dos carros que vem em kit!? Afinal os vidros também eram diferentes!?
    Afinal, segundo o que me pareceu os apois não foram rebaixados. Então aqueles 4 pequenos cortes nos apoios, a priori, não trariam vantagens, digo eu!

    Digo isto apenas para que pensemos melhor sobre este assunto e para reafirmar que a posição do verificador, regulador ou legislador é muito ingrata. É difícil manter o bom senso nessas alturas e dicidir bem. Nesta última prova senti isso na pele.

    Abraço a todos
    Augusto

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  11. Boas

    As minhas declarações não pretenderam criticar os directores técnicos, pelo contrário, acho que estão a fazer um belíssimo trabalho, quer o Miguel, o Hugo ou o próprio Mota. Simplesmente acho haver uma cultura enraizada, muito portuguesa, do facilitar, porque "não prejudica" ninguém.

    E se calhar facilita-se mais a uns que outros.

    Como diz o José Pedro, se o carro está não conforme, corre extra-campeonato. Numa das provas do Grupo C, o José Ferreira correu com um modelo com chassis antigo, que não permitia a montagem do berço angular, correu com o motor em linha, mas foi obrigado a correr extra-campeonato. A solução apresentada não trazia vantagem nenhuma em relação à que estava no regulamento, pelo contrário, é menos competitiva, mas cumpriu-se o regulamento. Eu sei que estou a dar um exemplo de proporções completamente diferentes, mas não deixa de ser um exemplo.

    Outro exemplo desse mesmo campeonato de Grupo C, um carro de caixa era ilegal, porque o motor era diferente do previsto e a posição também. Ora, também não trazia vantagem nenhuma. Mas não se estariam a afastar eventuais interessados que comprassem um dos modelos admitidos e não lhe apetecesse gastar quase mais 25 euros em um novo berço e motor?

    Outro exemplo que o Mota deu foi o meu Mosler no Open GT, quando partiu a torre do parafuso da frente, o Mota tem toda a razão, mas seguindo a filosofia de alguns, eu não devia investir 20 euros numa carroçaria nova por causa de uma prova, apresentava a carroçaria partida, fixa por fita cola, se rejeitassem ameaçava que não corria...

    Não podemos pensar assim

    Abraço

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  12. Meus caros,

    Esta discussão tem tanto de pertinente como de cíclico, e explico esta última por não ser a primeira vez que o discuto.

    Quando comecei a ler o texto e os comentários subsequentes, fiquei um tanto ou quanto surpreendido. Em primeiro lugar, assumi que a "faísca" que teria despoletado este assunto foi a questão na qual eu e o Mota nos vimos confrontados no final da última prova, que foi a dúvida da legalidade de algumas carroçarias. No entanto, ao ler o texto surgiram-me dúvidas se isto tudo não se deve a um acumular de situações menos agradáveis e em que eu tenha contribuído para tal, nos passados campeonatos.

    Como tal, gostaria de comentar o seguinte:
    - como devem calcular, ninguem gosta de ser apontado como promotor da prática dos "dois pesos e duas medidas". Solicito que, sempre que suspeitem que tal possa estar a acontecer, tentem esclarecer isso com o Director de Prova. Caso contrário, cria-se aquele complicado efeito "bola-de-neve" e promovem-se situações insustentáveis.
    - em segundo lugar, comentar que não é fácil garantir que todos os modelos em pista seguem o regulamento à risca. Mesmo um olhar mais atento pode facilmente falhar aquele pormenor mais oculto. Entendo que a função principal do Director de Prova não é ser o guardião da Lei do regulamento: é principalmente o resposável por garantir que os pilotos competem em igualdade de circunstâncias. E é neste ponto que surgem as dúvidas principais quando um regulamento é lançado: "Porque é que a medida é 64,0mm e não 64,5mm?" ou "porque é que tenho de usar material do fabricante X?". Muitas vezes este é um fundamento esquecido.
    - Entrando no capítulo das modificações estruturais dos modelos: a questão que eu defendo pessoalmente das carroçarias e chassis não modificados não é a questão autista do "é assim que tem de ser". Eu vejo esta obrigação pela perspectiva oposta: se admitirmos modificação, como podemos ajuizar se está "pouco" ou "muito" modificado? Ao permitir a modificação da carroçaria, retirar 5g de plástico é tão justo como tirar só 0,25g. É certo que se pode dimensionar certas modificações em locais muito específicos, mas ao permitir mudar o que quer que seja, estamos a entrar por um caminho complicado.
    - Na questão da oportunidade e da temporização do lançamento dos regulamentos ou dos calendários, gostaria de relembrar que esta é uma tarefa conduzida por várias pessoas (não são muitas, na verdade), pertencentes a dois clubes, pelo que é necessário articular bastantes detalhes e com isso o processo arrasta-se mais do que o pretendido. Aqui, só podemos pedir a compreensão dos participantes. No entanto, gostaria de ressalvar um aspecto que me parece curioso: apesar de ser um dos elementos envolvidos na elaboração do Troféu Opel Corsa que se avizinha, digo apenas que já vi modelos em treinos que estão mais de acordo com o regulamento do que o meu modelo! Isto só demonstra que a partilha de informação nos clubes compensa de certa forma esse atraso na saída dos regulamentos.

    Por fim, que o texto já vai longo, gostaria de agradecer o apoio nos comentários anteriores. Apesar de estar há relativo pouco tempo na realidade do Slot em Braga, já vi as duas faces desta moeda, razão pela qual dedico a esta modalidade mais esforços do que somente na preparação dos meus modelos para correr. Em boa verdade, o lugar de Director de Prova é mais prejudicial a uma boa prestação em prova do que inicialmente parece...


    Despeço-me com as saudações aos pilotos, desejando que todos continuemos no caminho da progressão do Slot em Braga...

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  13. Boas novamente.

    Relativamente à questão dos modelos de caixa. Parece-me não ser este o melhor sítio para esta discussão. De qualquer forma, aqui fica o meu comentário.

    Há classes em que os modelos podem ser de caixa, outras em que não. Se todas as classes fossem com modelos de caixa, então há muitas soluções técnicas (como a disposição angular dos modelos Slot.it) que nunca seriam utilizadas.

    Por outro lado, se a questão é custos, esse é um problema que só afecta quem se inicia. Porque de uns campeonatos para os outros o material obrigatório "não de caixa" pode ser reutilizado. E para quem começa, por um lado, tudo são custos (carros, pneus, motores, punho, mala para ferramentas, etc) por outro, duvido que tenha perninhas para correr com os "mais crescidos" nestas categorias "não de caixa" que são, propositadamente (e por serem "não de caixa") altamente competitivas.

    Seja como for, quem mesmo assim quiser correr com um modelo que não esteja conforme mas que se assemelhe, pode fazê-lo, extra campeonato.

    Mas atenção, haverá quem não concorde com esta possibilidade. Sei que há, porque já me manifestaram essa discordância, mesmo perante igual argumentação à que agora foi apresentada para permitir a participação de modelos de caixa em classes como o Grupo C.

    Finalmente, se a questão é custos, veremos no próximo campeonato (Corsa) como serão as preparação dos participantes. Os modelos estão muito baratos (a rondar os 20 euros) e o regulamento obriga apenas à adopção de um motor que qualquer participante que tenha anteriormente adquirido um modelo da Ninco terá. Mesmo assim, admitamos um valor de 17 euros. Teremos que juntar o valor de um habitáculo em lexan (mais 3 euros). Duvido que haja algum concorrente a comparecer nestas provas cujo valor total de veículo e preparação sejam estes 40 euros (afinal, o valor de um modelo de caixa convencional e com um nível já bem mais interessante). Mais, arrisco apostar que a maioria dos modelos a concurso estarão num valor próximo ao dobro deste valor que estimei anteriormente!

    Porque se o problema são custos, então corridas de caricas são bem mais económicas... lol!!!

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  14. Relativamente à figura do Director de Prova, quem quer que seja que a assuma.

    O Director de Prova não é um polícia que faz cumprir cegamente o que dita um pedaço de papel. Tem que ter bom senso e ajuizar no local e em tempo oportuno as situações que se lhe apresentam. Não é uma questão de facilitar porque não prejudica.

    É mais uma questão de diplomacia. E sentido pedagógico. Porque é muito mais fácil ser intransigente. Para os dois lados. E ser permissivo não é o mesmo que facilitar. Sobretudo quando o grau de permissividade vai diminuindo ao longo do tempo.

    E é também permitir que haja competição e que se mantenha a competição. Basta ver com atenção qual o resultado de alguns exemplos relativamente recentes, de tentar combater essa cultura enraizada, muito portuguesa do facilitar, com intransigência e sem diplomacia...

    Agora, Pedro, acho que o comentário "facilita-se mais a uns que a outros" é muito deselegante...

    Tem sido o Hugo (e bem) a desempenhar ultimamente essa função na maioria das provas. E um dos seus comentários vai de encontro ao que eu senti quando desempenhei a mesma função. Que situações aparentemente semelhantes tenham decisões diferentes é muito natural. 1º as situações se são APARENTEMENTE semelhantes, são apenas isso, semelhantes, e não iguais. 2º, o Director de Prova é uma pessoa, com bom senso, inteligência e capacidade de aprender. Assim, se considerar que numa situação poderia ter decidido melhor, quando se deparar com outra situação semelhante a uma anterior, decidirá, no seu entender, de forma melhor, logo diferente. Finalmente, faria sentido que houvesse decisões parciais ou "oblíquas" se houvesse algo a ganhar com isso. Não me parece que haja, logo, não vejo qualquer razão para duvidar da imparcialidade do Director de Prova e das suas decisões executivas.

    Estou certo que se mais de nós cumprissem a mesma função em outras ocasiões, teriam mais respeito e consideração por essa função. E estou seguro que teriam menos LATA para comparecer às verificações com modelos irregulares.

    Daí o meu comentário em uma das respostas anteriores, melhor que dar ideias seria por essas ideias em prática.

    Aliás, relativamente a esta questão das ideias...

    A sugestão de regulamentos emitidos com maior antecipação já não é nova. E já foi ensaiado anteriormente. Os resultados práticos foram os mesmos. As questões eventualmente controversas são maioritariamente discutidas apenas na verificação da 1ª prova do campeonato. E isto apesar das maravilhosas ferramentas de comunicação que existem ao nosso dispor, como esta em que agora discutimos esta questão dos regulamentos.

    E como fazer regulamentos não é apenas bater texto e exige alguma dedicação e concentração e sobretudo TEMPO, e como se constata que apesar do esforço dos "reguladores/legisladores" os demais parceiros de brincadeira não se dão ao trabalho de ler antecipadamente os regulamentos propostos, então não vale a pena o esforço adicional de os lançar antecipadamente. São lançados apenas com a antecipação necessária à utilização habitual. Agora parece-me que o Morgado se está a propor para redigir uns quantos regulamentos... proponho desde já o do troféu ninco que sucederá ao Corsa. Temos tempo, portanto será atempado... ;)

    Quanto à questão da sensibilidade sobre se determinada dimensão ou outra questão pode ser prejudicial, eu julgo que ela existe. Por vezes há situações que escapam a quem redige o regulamento.

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  15. Finalmente, porque isto vai longo e já não é cedo, a questão da carroçaria do ART Team.

    Vi a carroçaria da polémica. Relativamente aos apoios em questão, a sua forma era, de facto diferente à dos apoios dos restantes modelos F40. Em vez de serem duas réguas com os terminais em ângulo recto, tinham no extremo interior um pequeno sutamento. Pareceu-me ter sido executado com lâmina. Repito, pareceu-me. Mas o comprimento de tais apoios era semelhante (a olho nu) aos dos outros modelos, portanto a relação entre altura de chassis e carroçaria seria, à priori, semelhante à dos restantes modelos F40.

    Também é um facto que era o único modelo da série Raw. Acho estranho que o molde da carroçaria seja diferente das restantes séries, mas também é certo que os cristais (vidros) são diferentes das restantes séries, logo é possível.

    Finalmente, a equipa ART, entre a prova do CSB (onde foi penalizada e por uma questão menor e, com grande desportivismo, assumiu o erro e aceitou pacificamente a decisão) e a prova no GT Team, corrigiu todos os detalhes que tinham gerado polémica e em relação aos quais a direcção de prova na altura tinha sido permissiva. Até os escapes estavam montados no modelo. Logo, julgo que é notório um esforço para não serem alvo de contestação.

    Não me parece que essa questão dos apoios fosse a justificação para a vitória da equipa ART. A equipa ART ganhou porque foi a mais rápida em pista com um modelo semelhante ao dos restantes ocupantes do pódio. E foi mais rápida porque sabem afinar um mini modelo e, sobretudo, porque são terrivelmente eficazes e consistentes na pilotagem.

    Boas gatilhadas.

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  16. Depois de voltar a ler de novo e com calma os comentários acima parece-me que nos desviamos do importante. Fiquei no entanto a conhecer melhor as vossas opiniões sobre o tema lançado pelo Mota e também sobre outros temas. De todos os comentários o último ( ou últimos) do Miguel Queirós deixaram-me com vontade de dizer : vou comprar umas cervejolas e fazer umas corridas de caricas.

    Um abraço a todos

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  17. Bem, cada qual faz o que mais o diverte... se é com caricas, com caricas seja!
    Mas provavelmente vai haver caricas fora do regulamento e umas mais caras do que outras (Superbock é mais barata que Tuborg...)

    Relativamente ao ponto em discussão, uma vez que divergimos (realmente o fizemos), e numa linha apenas:
    REGULAMENTOS SÃO PARA CUMPRIR!!!

    O meu ponto de discussão subsequente deveu-se a que surgiram outros comentários relacionados, mas não directamente, com o tema e que, na minha perspectiva, foram muito deselegantes para com a função de Director de Prova.

    Em vez de se exporem ideias foram apresentados casos distintos de diferentes situações, como se fossem todos a mesma coisa, para sustentar a posição que há dois pesos e duas medidas. Isto não é uma discussão, é um julgamento!

    Isto, a meu ver, é perigoso, pois põem em causa o trabalho voluntário e voluntarioso de quem tem cumprido a função de Director de Prova.

    Realmente não é futebol, não se recebe nada por aturar as situações criadas por quem não cumpre e os comentários de quem cumpre, insinuando que teria sido melhor se tivesse sido de outra maneira.
    Mas há semelhanças com o futebol: muitos treinadores de bancada a insultar o árbitro...

    O melhor a fazer é, então, ir além de dizer como se faria e mostrar como se faz!

    Eu por mim deixei o cargo a outros, porque perdi todo o gosto pela função e a vontade de fazer com que as provas fossem disputadas de acordo com regras iguais para todos. Resultado, de entre os muito críticos, nem um se aventurou e apenas um corajoso (que nem era dos mais críticos) se prontificou para a vaga.

    Discutir ideias e comentar situações é uma coisa distinta de fazer julgamentos públicos.
    E, a meu ver, os actuais Directores de Prova não merecem este tipo de julgamentos. Têm feito um bom trabalho dentro do que lhes é permitido pelos participantes, desde os faralhadores que ignoram e desrespeitam o regulamento aos cumpridores que ignoram e desrespeitam o bom senso dos Directores.

    Um abraço.

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  18. Sem duvida que cada um faz o que mais o diverte, mas a sugestão das caricas foi do Miguel... afinal também ai existe um "problema" idêntico ao do slot. Já começo a pensar que não foi uma boa sugestão.

    Não me parece pelo que li que estejam a criticar os directores de prova e muito menos a fazer um julgamento publico pelo contrário, todos deram o seu apoio. Até agora e pelo que presenciei ninguém foi contra uma decisão tomada pelos directores de prova. A situação referida pelo Mota deixou alguns dos concorrentes fora do podio mas embora não concordando com a decisão do Mota enquanto director de prova ninguém presente contestou. Podemos não concordar mas aceitamos. Mais tarde falamos sobre a situação de uma forma construtiva mas na hora pervaleceu o bom senso também dos pilotos. A única equipa que vi ser penalizada aceitou a penalização de forma pacifica tal como o Miguel bem disse. Que melhor forma de apoiar o trabalho do director de prova?
    Todos os que escreveram sobre este assunto parecem querer o melhor para o slot, vamos a isso.

    Um abraço a todos e não se esqueçam que ainda é Natal época de paz e amor.

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  19. Boas

    Tenho que pedir desculpas ao Miguel se o ofendi e aos outros directores de prova, não foi essa a intenção.

    Mas mantenho o que disse, facilita-se mais a uns que outros. Não quero dizer que os directores de prova beneficiem consciente ou inconscientemente alguns concorrentes em relação a outros.

    O que pretendi dizer e penso que isso é perceptível se a frase for lida no contexto, é que há concorrentes que acatam com fair play as observações dos comissários e outros rebatem com os argumentos já referidos.

    Alguns exemplos foram dados pelo Mota.

    E não digo isto com "azia", porque nunca me senti prejudicado por estas situações, pelo contrário. Se quando me disseram que algo não estava conforme, procurei sempre por o carro legal, também é verdade que já me foi permitido correr sem asa traseira porque a tinha perdido e o problema só se resolvia com a compra de um novo carro completo, além da situação já referida de acabar a prova com o carro preso com fita adesiva.

    Abraço

    Pedro Correia

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