quarta-feira, 1 de julho de 2009

Os gloriosos malucos e os seus charutos voadores!

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Do nosso correspondente em Londres -Rui Costa
Antes de mais peço desculpas a todos os ávidos leitores (seguidores) deste blog, por não dar notícias há já muito tempo, mas há épocas na vida em que a gente tem mesmo que se dedicar aos compromissos profissionais, e os hobbies, o conhaque e as noites tranquilas a ler ou escrever têm que ficar de lado. E foi isso que aconteceu durante estes últimos dois meses, em que o tempo não chegava para tanto que fazer e tantas preocupações com o emprego e a família longe.
Mas aqui estou eu outra vez, com mais uma reportagem daquilo que se vai fazendo em Londres, e dos eventos que surgem de vez em quando.
Apesar de já ter sido realizada no final de Março, trago-vos hoje a reportagem de uma corrida de F1 clássicos da década de 50, com as bonitas reproduções da CARTRIX, realizada na pista do clube de slot de Middlesex & Herts, a norte de Londres.


Foi um evento único do calendário do clube, não fazendo parte de nenhum campeonato disputado a pontos. Mas serviu para testar o comportamento destas pequenas criaturas que já fizeram muita da história da Fórmula 1. Numa época que, apesar da tecnologia estar muitos anos-luz atrás dos bólides de hoje em dia, pelo menos ninguém dormia na frente da televisão nas tardes de domingo, a ver as corridas chatas e previsíveis que temos no calendário actual da F1.

Na foto acima alguns dos pequenos bólides deste construtor espanhol, que prezam por uma grande simplicidade de soluções técnicas mas que representam com muita dignidade os anos 50, a última década de domínio dos motores dianteiros na F1.
Apesar das horrorosas fitas de cor a “borrarem a pintura” no grid de largada, dá para ter uma ideia da diversidade de carros inscritos. Melhor ainda na foto abaixo, onde também aparece um intruso que não participou na corrida, por não ser um modelo da CARTRIX, mas sim da Scaleauto (a Scalextric Inglesa). O pequenino Cooper Clímax T53 de 1960, já com motor traseiro, que seria a nova tecnologia dos F1 da década de 60. Dá para reconhecer qual é? Fácil não?

(em cima) O nosso correspoendente, Rui Costa, na hora de sujar as mãos...e não é um Ferrari...


Participar nesta corrida deu-me um gozo tremendo, porque além de nunca ter guiado nesta pista, o carro estava praticamente de origem, sem sequer ter os pneus trabalhados. E estes não são carros fáceis de guiar, devido aos pneus finos, pouca estabilidade em curvas apertadas, e extremamente leves (chumbo neles…).
Por isso senti-me totalmente à vontade para fazer asneiras e testar os limites do carro, da pista e dos meus dedos. Ainda mais a competir contra os donos da casa, com carros já bastante desenvolvidos, sobretudo pela troca dos motores de origem por outros mais velozes e com maior torque. Mas de resto pouco mais há a fazer em termos de melhoramentos, porque estes modelos são bonitos assim mesmo. Directos da caixa para a pista, e sem parafernálias adicionais a comerem as nossas carteiras e cartões de crédito.


O meu Maserati 250F não decepcionou e consegui algumas boas voltas cronometradas, mas ainda um pouco longe do pessoal da frente, sobretudo Matt Brice, vencedor incontestável e piloto da casa, que apostou num Mercedes Benz W196 extremamente rápido e muito estável. Conhecidas como as Flechas de Prata, estas maravilhas alemãs do pós guerra, aproveitaram a tecnologia de motores desenvolvida com os temíveis caças Messerschmitt Bf 109, e dominaram completamente as pistas em 1955 (9 vitórias em 12 GPs) nas mãos de pilotos como Juan Manuel Fangio e Stirling Moss.

Em cima, a classificação.

Aproveitando a imagem em cima, retirada do site da CARTRIX, faça um exercício de observação. Tente descobrir quais são os modelos em cada uma das fotos. Vá lá… O Slot também é cultura.
Com estes modelos a CARTRIX fez um excelente trabalho de recuperação da história da F1. Faltava agora investirem na década de 60, e sobretudo a década de 70, aquela que para mim é, sem dúvida, a mais rica em carros revolucionários e pilotos inesquecíveis. Infelizmente e até hoje, muito poucas marcas se arriscaram a reproduzir estes carros e os modelos existentes são muito poucos e raros.

Estes pequenos F1 ficarão guardados nas prateleiras à espera de poderem voltar a rodar na pista e fazer lembrar a todos os slotistas que opções para novas classes não faltam no mercado.
Mais uma vez o slot em Londres traz novidades e não deixa de surpreender pela diversidade de eventos. Até à próxima.

Rui Costa
Londres
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10 comentários:

  1. Viva Rui Costa.

    Excelente artigo. Espero que venhas a colaborar com este tipo de belíssimos relatos.

    Quero chamar a atenção para a falta de algumas fotos, mas na verdade estou com sérios problemas em consguir fazer alterações ou introdução de imagens. Daí a afalta de algumas delas.

    Logo que o consiga fazer, corrijo como deve ser.

    Um abraço Rui.

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  2. Olá Rui uma vez mais.

    Concordo plenamente em dois aspectos que mencionas.
    Primeiro, para mim também considero que uma das melhores décadas para da F1 foi a dos anos 70, grande espírito inventivo e grande competição e segundo, é verdade que esses bifes sabem tirar partido do que existe no mercado e inventar novas fórmulas de entretenimento no mundo do slot.

    Na minha opinião, uma das graves questões que por cá se pôe, é que para fazer corridas, os carros têm que andar muito.....eu não concordo, mas é o interesse da maioria.

    Um abraço Costa

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  3. É bom saber que há entusiastas das categorias ditas "fracas" em termos de performance... mas eu acho q o "hobby" não é completamente apreciado se, de vez em quando, não pegarmos naqueles carros que parecem só ter duas mudanças, mas que enchem bem o olho.


    Que o diga eu, que me faço sempre acompanhar com um BMW 2002 na maleta dos modelos. E vou mais longe ao dizer que é o carro que tem um comportamento dinamico mais realista e representativo do que era o carro real.


    Pena que somos poucos a apreciar os "charutos". Eu e o Mota já tivemos os nossos "despiques BMW 2002", e posso garantir que foram voltas muito bem passadas. O próprio campeonato BTCC, esse sim mais sério, correu em alternância com o "Grupo C"... só eram carros mais lentos em 2 segundos !!! Mas mesmo assim duma condução engraçada e, tal como comentei para o BMW 2002, talvez igualmente realista e representativa da condução que os pilotos do WTCC necessitam impor.


    Gostos discutem-se, obviamente... estes são só os meus 2 cêntimos para a conversa :)

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  4. Viva Hugo.

    Não é que os teus dois cêntimos me permitam dar muito troco, mas gostaria de reforçar que, até são das provas que mais aprecio, estas das velhas glórias.

    Aliás, como mencionas, já bricamos a duo com os nossos 2002.

    Talvez até permitam a possibilidade de verificar com mais facilidade, quem tem mais dedinho para estas coisas, dada a dificuldade acrescida em conseguir manter os carritos na linha certa.

    Isto para não falar no verdadeiro gozo que possam dar.

    Um abraço Hugo e obrigado Rui por este artigo.

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  5. Boas.
    e aqui está uma categoria que seria engraçado fazer, nem que seja na modalidade "extra campeonato"...

    há Ferraris para correr, um Alfa seria melhor...

    Um abraço,

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  6. Caro Rui Costa.
    Já agora, uma questão: há muita diferença de comportamento entre os modelos da Cartrix e os da Scalextric inglesa?

    Um abraço.

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  7. Hi everyone
    I had forgotten that Rui and myself had attended this race meeting... it was quite a while ago!
    Neither Rui or myself know this track very well, although it is easy to learn. Also the cars we raced were virtually standard, but the "home" drivers had all replaced the motors and gearing, so could achieve better lap times.
    These cars are very easy to drive without a magnet and you can produce excellent tail slides because of the narrow wheels.
    I look forward to seeing Rui again when he arrives back in England in September - hopefully he won't get too used to the sun in Portugal!

    best wishes to all, Marc Abbott

    PS: Rui - I am not racing much at the moment because of my new job... being in the Police force is very hard work in the hot sun!!!!!!!

    __________________

    Oi todos
    Eu tinha esquecido que Rui e eu tinha reunião participaram nesta corrida ... foi há muito tempo atrás!
    Nem eu mesmo sei Rui ou esta pista muito bem, embora seja fácil de aprender. Também os carros que correram eram praticamente normal, mas a "casa" todos os condutores tinham substituído os motores e engrenagens, de modo poderia alcançar melhores voltas vezes.
    Estes carros são muito fáceis de conduzir sem um ímã, e você pode produzir excelentes cauda desliza por causa do estreito rodas.
    Aguardo com Rui novamente quando ele chega de volta na Inglaterra em setembro - esperemos que ele não vai ficar muito utilizado para o sol em Portugal!

    melhores desejos a todos, Marc Abbott

    PS: Rui - Eu não estou correndo muito no momento por causa do meu novo emprego ... estando em vigor a polícia é muito difícil trabalhar no domingo quente !!!!!!!

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  8. Caro Miguel,

    Eu não tenho um ponto de comparação entre a Cartrix e Superslot, porque os carros nunca correram juntos. Mas acredito que os Cartrix são melhores.
    Primeiro porque os próprios slotistas ingleses com quem eu tenho contacto, acham todos os Superslot uma m€£)a!
    E em segundo porque eu testei o meu Ferrari 375 e o carro saía de frente como um comboio fora dos trilhos. E isso com imãn...
    Pare eles renderem alguma coisa deverão ter que ser muito bem trabalhados e o patilhão terá que ser alterado.
    Mas seria um teste interessante. Pôr modelos das duas marcas a correrem juntos.
    Numa destas sextas feiras durante o troféu Alfa 156, vou levar também o Ferrari da Superslot, e se alguém tiver algum desses charutos, seja ele de que marca fôr, faça o favor de levá-lo.
    O desafio está lançado...

    Um abraço

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  9. Hi Marc,

    Better later than never, as we say here in Portugal.
    I'm also trying to convince these guys to do some races or challenges using F1 Cartrix and Superslot old timers.
    I just came from an excellent race today in my old slot club in Braga. We raced 4 hour Endurance Lemans Classics in a super Carrera track. Very good cars, very good people, but horrible result for our team. Our GT40 was a nightmare, and we came last.
    Remember that I will be going to Burnt Oak on the 15th July for the Class C night.
    Don´t sweat too much inside that uniform. Keep cool and all the best.

    Rui Costa

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  10. Hi Marc,

    See the report on the Lemans Classics following the link of my club: http://www.slotbraga.blogspot.com/

    Tcheers

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