quarta-feira, 1 de julho de 2009

Porsche 917 - Evolução em desenho

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O número"917" da Porsche, acabou por tornar-se a sigla mais famosa do mundo da competição automóvel.
Modelo nascido para a alta competição e para fazer frente à Ferrari e Ford, mostrou à nascença tratar-se de um carro muito perigoso, inguiável, assassino. Possuidor de uma cavalagem brutal, não havia como os domesticar. Os pilotos recusavam-se a guiá-lo.

Depois de muito trabalho, de muita cura de emagrecimento que chegou a cúmulo de produzirem os punhos das manetas das velocidades, em balsa, finalmente em 1969, esta marca alemã inscreveu este modelo nas 24 Horas de Le Mans, em que quase conseguia vencer a prova, mas através do seu antecessor "908".

(imagem de cima) - Nº12 - Porsche 917 LH - 1969 (Lang Heck- cauda longa)

Nº1 - Porsche 917 - primeira versão em apresentação de um patrocínio (Gulf) - nunca assim correu


Ainda não havia chegado o momento da glória na clássica francesa, para esta marca.

Foi necessário um ano mais, para finalmente a sigla "917" atingir o ambicionado estrelato, tão intensamente procurado pela Porsche.

No ano de 1970, a Porsche vence e convence, fruto do resultado desse mito que tanto retorno a inúmeros níveis conseguiu dar à marca.

Estabelece a "Pole Position", ganha a prova e consegue ainda também o segundo lugar final.
(imagem de cima) - Nº25 - Porsche 917 LH - 1970 - Estabelece Pole Position - "Team Austria"
Nº3 - Porsche 917 LH - 1970 - 2º Classificado - "Team Martini - à moda da época, alinha no psicadélico"

A sua participação em Le Mans no ano de 1970, é marcada pela primeira vez pela participação dos dois modelos desenvolvidos, o 917K e 917LH. Desenvolvidos especificamente para tirar partido das longas rectas de Le Mans, os modelos 917LH (cauda longa), ingloriamente nunca conseguiram vencer a mesma, tendo sido batidos pelos seus irmãos mais curtos, 917K (Kurz heck - cauda curta, em alemão).

Neste ano da primeira vitória para a Porsche, o "Team Austria" consegue a Pole Position através do seu modelo Cauda Longa e a vitória para o modelo Cauda Curta.


(imagem de cima) - Nº20 - Porsche 917K - 24 H Le Mans - 1970 - "Team Gulf"


(imagem de cima) - Nº2 - Porsche 917K - 1000Km de Monza - 1971 - "Team Gulf"

Nº20 - Porsche 917K - 24 H Le Mans - 1970 - "Team Gulf"



(em cima) - Nº23 - Porsche 917K - 1970 - Vencedor de Le Mans - "Team Austria" - 1º vitória da marca em Le Mans
Nº22 - Porsche 917K - 1971 - Vencedor de Le Mans - "Team Martini" - Recordista absoluto de Le Mans
(em baixo) - Nº22 - Porsche 917 K - 1971 - Planos do modelo recordista de Le Mans até aos dias de hoje



Em 1971 foi um domínio avassalador para a marca germânica, através do mesmo modelo. Mais desenvolvido ainda, o 917 surgia completamente redesenhado na sua versão mais longa e bastante melhorado na versão mais curta. Esta sofreu sobretudo um maior alargamento das vias traseiras e viu redesenhado o seu capôt traseiro, que acabou por receber umas derivas verticais o que se torna na nota mais visível do seu desenvolvimento.

Os Porsche inscritos pelo "Team Martini", um em versão LH e outro em versão K, ficaram ambos na história desta prova.
O modelo LH que não completou a mesma, viu ser considerado como um dos carros mais bonitos que por aquela prova passaram.
O modelo K, passou a ser um glorioso que venceu a mesma e estabeleceu dois recordes que ainda hoje vigoram. Um deles, constitui mesmo e ainda um recorde mundial, com uma velocidade média de 222Km/h e percorreu um total de 5.335Km. É certo que a tarefa dos vindouros se complicou, com a criação de chicanes ao longo das grandes rectas, mas é certo também, que os registos ficaram. Foram os obreiros destes feitos, Gijs van Lennep e o Dr. Helmut Marko.

(em cima) - Nº21 - Porsche 917LH - 1971 - "Team Martini"
Nº17 - Porsche 917LH - 1971 - "Team Gulf"

Na mesma edição de 1971, houve ainda a presença de um modelo que recebeu a designação de 917/20, e que viria a constituir modelo único. Para além desse facto, fez-se eterno por apresentar uma carroçaria em tudo desigual dos restantes 917 e surgir na prova desse ano de 1971 com uma decoração que o marcou profundamente. Sob o patrocínio dum talho, consideraram por bem pintá-lo de forma a assemelhar-se à cor dos porcos, em cor-de-rosa. Essa mesma cor, valeu-lhe a alcunha de "Pink Pig" ou "Couchon Rose".

(em cima) - Nº23 - Porsche 917/20 - 1971 - 24 H Le Mans
Nº 20 - Porsche 917/20 - 1971 - Testes preliminares 24 H Le Mans

Nesse mesmo ano de 1971, os regulamentos banem estes modelos de 5L de cilindrada e a Porsche transfere-se para os campeonatos americanos, onde continuou o seu desenvolvimento.

Recebendo inicialmente a designação de 917/10, depressa abateram a concorrência, vindo a tornar-se mais imbatíveis ainda com o novo desenvolvimento que recebeu a designação de 917/30. Consta que estes monstros do asfalto, chegaram a atingir a astronómica potência de 1400Cv.

E foi com este desenvolvimento que se completou o ciclo de vida de um histórico modelo de competição, após mais uma vez ter sido banido da competição com a introdução de novos regulamentos.
(em cima) - Nº6 - Porsche 917/10 Can-Am - 1972
(em baixo) - Nº6 - Porsche 917/30 Can-Am - 1974

E assim, fica feita uma resenha desta gloriosa designação, no dia em que o "Porsche 917" comemora o seu 40º aniversário.
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10 comentários:

  1. Parabéns caro Mota.
    Excelente documentário.
    Um grande abraço.

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  2. Viva Miguel.

    Muito obrigado,um grande abraço

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  3. Viva Amigo Mota.
    Um verdadeiro tratado de "amor" pela marca.
    Muitos Parabéns.
    Cumprimentos de
    J.C.Nogueira

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  4. Viva amigo Nogueira.

    Acertou na muche, sem dúvida certeiramente correcto esse seu epíteto.

    Um abraço

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  5. "Porsche 917" by Rui Mota, já nas bancas :)

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  6. Ha Ha Ha, é o Nº1,

    Não perca o próximo número...

    Um abraço

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  7. Boas,
    Agora percebi a inspirição cor de rosa do Ferreira.....rs
    Augusto

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  8. Ora viva Augusto...

    Talvez sim, talvez sim....

    Um abraço

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  9. Com tanto texto para ler e aprender, até quase nem reparava no final, onde diz que se celebrou o 40º aniversário do carro!


    Muitos parabéns então ao ícone. E neste caso, a vida não começa aos 40. Foi um carro que nasceu e cresceu para se tornar intemporal, e poucos são os modelos que hoje em dia correm e podem aspirar a esse estatuto.

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  10. Exclente Hugo,

    Obrigado e um abraço

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