quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Comparativo Alfa Romeo - Auto Art Vs Fly

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A chegada ao mercado do Alfa Romeo do fabricante "Auto Art", veio permitir-nos uma justa comparação entre dois modelos, que felizmente me vão permitir também esgrimir argumentos à volta do tema das escalas, há muito por mim à espera de uma oportunidade.
Estão em causa num teste comparativo, a qualidade de acabamento dos modelos, as suas características dinâmicas e também o factor escala.
Observando as fotografias que acima e abaixo se mostram, sobressai a disparidade tanto da largura como do comprimento, entre ambos os carros. Devo referir que o Alfa Nº27 é do fabricante "Fly" e o Nº51, da "Auto Art".
Tido por mim durante muito tempo como uma belíssima peça de colecção, o Alfa Romeo 1750 GTA da "Fly" passa actualmente por um período de análise em que acabou por perder parte do seu encanto. Deve-se isso às suas excessivas cotas. De facto, já em anteriores comparações com o modelo 2002 da BMW do fabricante "Spirit", havia sido assolado por essa sensação.
Hoje mais do que nunca, restam-me apenas as certezas. O modelo "Fly" falhou. Está grande. Exagerado.
Este mal, se bem que comum na Fly, não é único.
Temos casos absolutamente gritantes. É por exemplo o caso de alguns modelos da "NSR", que através dos seus abortados "Clio" e "Punto", reproduzem autênticos paralelos rolantes.
De tal modo absurdo, que depois de tiradas as cotas, se transpusesse-mos o Clio por exemplo, para a escala 1/1, encontraríamos um pequeno citadino, exactamente com a mesma largura dum Porsche 956. Incomprenssivelmente, ainda existem revistas espanholas especializadas a confirmar que a escala daqueles modelos está correcta. Bom, quanto a mim, aqueles modelos de tão exagerados, haviam era de ser banidos de toda e qualquer competição, excepto claro, troféus a eles destinados.
Mas estamos é perante os "Alfa" e o da "Fly", se bem que também fora de escala, jamais ocupou lugar tão ridículo. Apenas por comparação, percebemos que assim acontece, caso contrário, até se prestaria a pequenas discussões de preciosismo.

Quanto aos acabamentos, o modelo espanhol apresenta alguns toques de requinte. Com uma grelha absolutamente deliciosa, permite-nos uma visão para o interior, através dela. Mas já nos faróis, parecem-me de melhor reprodução no modelo da "Auto Art". Pena neste modelo a grelha central se encontrar excessivamente subida. O mesmo carro apresenta ainda os piscas laterais, coisa que no da "Fly" não surge, mas que também não sabemos se na versão verdadeira existiam. No modelo "Fly", o gancho do reboque é uma deliciosa realidade.



Na traseira dos modelos, é possível analisar o bocal de enchimento de combustível. Situado na parte superior e do lado esquerdo da tampa da mala, é absolutamente distinto em ambos os "Alfa". Uma vez mais, por não termos acesso a imagens da versão que representa o modelo "Fly", assalta-nos a dúvida. Uma certeza no entanto existe. As formas existentes no modelo da "Auto Art", correspondem às originais apresentadas na imagem acima de um carro verdadeiro. Pena surgir a sua representação totalmente a preto, pois por certo o tampão será cromado, não sendo coisa no entanto que com relativa facilidade, deixemos de conseguir melhorar.
Mas no modelo "Fly", uma vez mais, o gancho de reboque, o fecho de segurança da mala do lado direito, permitem um melhoramento da imagem do modelo.
Curiosamente, num dos pontos fortes do fabricante espanhol, os frisos cromados que contornam os óculos tanto traseiro como frontal e ainda as janelas laterais, estão representados a prateado, enquanto no seu rival surgem mesmo em cromado.


Numa análise das linhas laterais, parece-me também que o modelo "Auto Art" apresenta maior finura, muito embora ambos se apresentem com uma qualidade a esse nível, assinalável. De linhas mais apuradas, confere-lhe um aspecto mais requintado, que associado a um desenho das jantes melhor conseguido, nos permite criar a ilusão de uma melhor reprodução, no modelo "Auto Art".

Na imagem de baixo, é possível comparar as larguras dos dois eixos da frente. Pode observar-se com facilidade a extrema largura apresentada no modelo "Fly".
Mecânicamente, apresentam filosofias díspares. Enquanto a "Fly" posiciona o motor na frente do modelo, a "Auto Art", mais convencional, coloca o mesmo numa zona mais central. O eixo da frente é inexistente em ambos, no carro espanhol por obrigação e no americano por opção. Ambos recorrem a semi-eixos, estando muito melhor conseguido no carro da "Auto Art".
A dificuldade de condução é também comum. Parece-me no entanto de muito mais fácil solução aumentar o rendimento no Alfa de fabrico americano, do que no da "Fly". Mas quando abordamos o aspecto da dinâmica dos modelos, muito dela tem a ver com a escala a que estes se encontram reproduzidos.
Neste particular, tenho que tirar o chapéu àqueles fabricante, tal como a "Auto Art" no caso, que primam pelo rigor das escalas. Só assim também os comportamentos se tornam escalados.
Se não, vamos encontrar um dia destes, "Clios" a baterem-se de igual com os Porsche 956, Sauber's, Jaguares..... da Slot.It. Ficamos perante mais uma ridícula situação. Isto não pode acontecer, ou passamos a fazer competições em que tudo misturado e com rendimentos similares, ainda dá uma bela salada russa.
Em conclusão, só posso tecer elogios ao Alfa Romeo da "Auto Art" pela elevada qualidade apresentada associada também a um excelente trabalho de escala, embora numa descuidada primeira análise os requintados acabamentos do modelo "Fly", nos possam fintar.
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8 comentários:

  1. Boas.

    Parabéns Mota, mais um excelente artigo!

    Realmente o Alfa da Autoart parecia muito mais em escala. Aquele modelo da Alfa é realmente um carro pequeno, e a proporção encontrada no Fly parecia desajustada. Agora confirma-se.

    O modelo da Autoart é muito bem conseguido, pena é o detalhe da grelha, que de facto não corresponde à realidade. Mas em tudo o mais parece, de facto, uma excelente reprodução. Até na dificuldade de condução... ;)

    Um abraço.

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  2. Olá Miguel.

    Obrigado. Parece-me teres toda a razão, deve ser mesmo a conduzir que vemos a verdadeira REPRODUÇÃO....ha, ha...

    Um abraço

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  3. Boas

    Muito bem, realmente o Alfa da Fly faz lembrar os alargamentos sofridos por algumas barchettas e Escorts RS1600 do nosso nacional de clássicos de há uns anos.

    É inadmissível num fabricante que se faz pagar muito bem pago pelos seus modelos essencialmente pela qualidade das suas carroçarias.

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  4. Olá Pedro.

    Enfim, elas qualidade até têm, mas dá jeito fugir de escala...

    Um abraço

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  5. Realmente vê-se que tu queres mesmo conquistar o pessoal para pôr o Grupo 2 a correr !
    Grande e bonito artigo, a revelar alguns segredos escondidos (alguns nem tanto...) entre os dois modelos disponíveis.
    Eu ainda não tenho nenhum deles, mas tenho um Alfa GTV Giullia da Fly, que parece mais correcto que o GTAM.
    Anda bem com íman, mas não acredito que esta disposição de motor à frente e tracção atrás seja minimamente competitiva em comparação com os da Autoart
    É uma pena porque há tantos modelos lindíssimos, mas que usam esta filosofia tonta. Boa para quem usa imanes, mas péssima para quem quer um pouco mais de realidade na condução destas preciosidades.

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  6. Viva Rui Costa.

    Sem dúvida que consideraria uma vitória pessoal se um campeonato destes fosse suficientemente motivante para a grande maioria dos praticantes.
    Mas compreendo não ser de fácil concretização, primeiro porque o tipo de carros não dirá tanto assim à maioria de nós, segundo, porque a dificuldade que constitui a sua condução, é também suficientemente desmotivante e terceiro, porque criar um regulamento que equilibrasse a balança constitui também tarefa complicada.

    Quanto ao Alfa que descreves, está bem feito mas na mesma linha do “GTA”, isto é, com o mesmo problema de escala. Isso só por comparação com o da “Auto Art” é que se torna mais fácil perceber.

    Claro que com íman, geralmente funcionam agradavelmente. Depois de retirado “e aí é que está o nosso forte”, passamos a andar aos papeis. E retirado o íman, concordo contigo, o “Auto Art” passa a ter tudo para dar cartas. A solução que os americanos arranjaram para os semi-eixos da frente está também melhor elaborada, já que não tem tanta folga e as rodas não andam ali penduradas, para além de girarem sobre um bronze de latão e não directamente sobre o plástico como na “Fly”.

    Um grande abraço Rui.

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  7. Viva Amigo Mota.
    Mais uma peça preciosa de apreciação e aprendizagem.
    Cumprimentos de
    J.C.Nogueira

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