quarta-feira, 18 de março de 2009

O Slot - Uma nova interpretação para a competição

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A propósito de uma experiência tida ontem, alguns dos meus conceitos acerca da competição associada ao Slot, tenham talvez sofrido um tremendo e inesperado abanão.

Facultada que me foi a experiência de pilotar um dos mais recentes produtos do fabricante "NSR", fiquei absolutamente rendido àquele que para mim "Porschista convicto", passou a constituir uma autêntica maravilha do mundo do Slot. Só que associado à experiência esteve um outro factor e conceito que quase misteriosa e inexplicavelmente, acabei por deixar de pôr em causa.

Depois de digerido o sabor da experiência e depois de bem deglutido o resultado da mesma, dei comigo absolutamente absorto na possibilidade de realizar competições – COM ÍMAN. Deixei de pôr em causa algo para mim até agora inimaginável.

Pois é verdade, contrariamente a todas as anteriores experiências com modelos equipados com o dito, dei comigo a pilotar, cheio de prazer, um carro como se de um modelo sem íman se tratasse, mas equipado com um daqueles pares de pneus que alguns dos praticantes através de mistelas saídas de um qualquer misterioso caldeirão, conseguem fazer. Ou seja, fui intempestivamente assolado pela ideia de que ali estava achada a fórmula para anular a insolente vantagem que constituem os pneus tratados com produtos elaborados pelos mais audazes cientistas de garagem e que de um modo ou outro acabam mesmo por desvirtuar os resultados e provocar até o desânimo de alguns.

O modelo testado, tratando-se de um clássico, talvez pudesse ser aproveitado para um campeonato de clássicos em que o íman estivesse presente exactamente com o propósito de compensar a tão dramática falta de tracção que tantos de nós não conseguimos resolver, provocando talvez assim um mais justo equilíbrio de forças. Escusadas seriam tantas horas a lapidar freneticamente os "Goodyear's", com o recurso a tão nobres e secretos elixires, com a fuga à também consequente subida dos custos que tudo isso acarreta e que afinal de contas acaba por beneficiar dois ou três pilotos. Aliás, essa é uma das questões salvaguardadas em regulamentos de índole internacional, com a obrigatoriedade de montagem de pneus novos antes das provas e privando as equipas de tratamento dos mesmos.

Deste modo, sem que se entrasse em proibições e obrigatoriedades bem mais complexas, talvez se contornasse ou resolvesse parte do problema de tão gritantes desigualdades já existentes.

Talvez assim se conseguissem resultados mais dignificantes para aqueles que tanto sentem estar a dar, com o consequente desânimo daí resultante.

Aqui fica a ideia e digiram-na, SE FOREM CAPAZES, ..... claro......

8 comentários:

  1. Viva, Amigo Mota.
    Estou consigo, na questão do iman lá ficar.
    O que se consegue com o iman, não se traduz em vantagem desde que todos o tenham. Logo os carros ao sair da caixa (quase) estariam prontos a correr.
    Ficava mais fácil, e talvez assim mais competidores entrassem no hobbi, que deveria ser a causa primária dos clubes.
    Cumprimentos de
    J.C.Nogueira

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  2. Pois caro Nogueira, mas receio que essa não seja a opinião da maioria....

    Um abraço

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  3. Caro amigo Mota:
    Acho que hoje descobri a principal razão para o teu desânimo para com as competições de slot.
    Assinalei uma expressão tua: "pneus tratados com produtos elaborados pelos mais audazes cientistas de garagem e que de um modo ou outro acabam mesmo por desvirtuar os resultados e provocar até o desânimo de alguns.".
    Nunca desanimei com os pneus do Paulo Mendes, com os pneus do Augusto ou mesmo com os pneus do Luís ou do Nuno Aguilar (lembrei-me destes por serem aqueles com quem mais contactei de perto neste último ano). Bem pelo contrário, ao Paulo Mendes pedi para me emprestar o mesmo líquido - quem não tem boca não é Romano ? - que usa e o mesmo nunca se negou. Posso dizer-te que o mesmo também emprestou ao Vítor e ao Filipe, entre outros, e isso motivou que o Troféu F40 Fly fosse muito equilibrado em resultados, com o troféu a decidir-se na última prova. É verdade, mas só assim consegui, por exemplo, os resultados no Troféu GT-OPEN organizado pelos dois clubes de Braga. Só que os pneus não chegam ... ;)
    No entanto, o teu desencanto não deve ser apenas pelos pneus, mas por algo mais que percebi implícito no teu artigo.
    Olha, no passado Sábado participei num Rally organizado pelo Slotcar Clube da Trofa e acho que percebi que ali ainda existia um pouco da magia slotista de antigamente. Senti-me um pouco no antigo Rally Slot Santos da Cunha que o Nuno Aguilar organizou nos anos 80.
    Um abraço slotista,
    Emídio Peixoto.

    No entanto, é importante referir
    que quem não tem boca não é "Romano".

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  4. Anoto um lapso, pois no comentário foi inserida uma gralha após a assinatura e que deve ser eliminada.

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  5. Só uma referência final:
    A essência do slot é o Rally. Esse sim permite um inegável equilíbrio entre os competidores.
    A pista de velocidade premeia quem tem tempo e jeito para afinar, para escolher o melhor motor, para tratar os melhores pneus e, claro, tempo para treinar e saber fazer a pista de olhos fechados.
    Eu não sou adepto de corridas com Iman - são demasiado violentas para o pulso -, mas sim de competições de Rally.
    Fica aqui a minha opinião sobre o Slot e a sua essência.
    Quem diz Rally diz uma Rampa, por exemplo.
    Um abraço Slotista,
    Emídio Peixoto.

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  6. Caro amigo Emídio.

    Fico contente com a tua reacção.
    É sinal de que o que aqui se vai escrevendo não cai em saco roto, é lido e até mexe com as pessoas. Este espaço está claro, aberto às opiniões. Deixemos apenas o caminho da adivinhação para aqueles que se julgarem capazes desses feitos diabólicos e demoníacos.

    Receio no entanto que não tenhas captado a essência da mensagem e tal como os resultados que considero desvirtuados proporcionados pelos pneus, penso que terás conseguido baralhar-te a ti próprio ao forçar o desvio da essência da mesma.
    Se tens acompanhado com alguma atenção os meus discursos aqui no Blog e se por mero acaso estejas também a par do meu percurso como participante, egocentrismo é coisa que não tem feito parte do meu ser e o facto de andar a apanhar bonés há muito tempo, nunca foi razão que me levasse à desmotivação “aliás, uma das provas que mais gozo me deu, foi a discussão de um 5º lugar nos clássicos, com o Daniuel”. Há muitos anos que não é a vitória que me motiva. Felizmente a boca não me tem servido para ser romano porque “e isto é uma interpretação muito pessoal e quase intransmissível”, nunca considerei que esse fosse um modo justo de ganhar provas ou de andar no top, é verdade, mas também nunca disso fiz um cavalo de batalha, tendo-me mantido sempre na minha.
    A questão do desânimo é muito mais profundo ao ponto de talvez nem fazeres ideia.
    Quando abordo uma questão que acaba por ter a sua complexidade, tal como esta acaba por ter, não é nunca por estar a olhar para o meu umbigo, e aqui mais uma vez ressalvo que o egocentrismo não rege as orientações da minha pessoa, coisa apenas passível de julgamento por quem tem seguido o meu percurso não só neste pequeno mundo, como também profissional e familiar. Venho a lume com essa matéria pela constatação há já algum tempo de alguns desabafos que me vão fazendo chegar.
    Mas no fundo até nutres e repartes a mesma opinião, porque também tive a oportunidade de anotar as tuas várias ideias que convergem tão só para um mesmo espírito de justiça, ao considerares que não poder treinar, não poder afinar, não poder escolher motores, não poder tratar pneus, comprometem o verdadeiro espírito de equilíbrio, enquanto assunto relativo à velocidade, mas promovem o espírito de justiça quando de ralis se trata.
    Quando o que retrato é uma experiência com um modelo que quase sem qualquer trabalho nos permite chegar ao mesmo resultado que se obtém quando podemos treinar, afinar, escolher motores, tratar pneus e enfim por aí fora, afinal converge tudo para a mesma ideia que acabas por defender “a verdadeira promoção de resultados saídos integralmente das capacidades de cada um”.
    No fundo não estará nesse teu discurso algo mais profundo?

    Um abraço Emídio…..

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  7. Caro Mota:
    Li o que escreveste e tirei algumas conclusões.
    No entanto, não há carros de caixa perfeitos.
    Olha o exemplo do carro que me saiu no Campeonato Nascar ... não tinha tanto iman como os outros e o motor nem permitia acompanhar os outros carros.
    É óbvio, neste caso particular, que o desânimo foi apenas meu, pois o carro afinal não tinha pneus, não era tão magnético como os outros e o motor era fraco (recordo que o da Raquel era mais rápido... devia ser pelo Tigre da Kellog´s ... :)).
    No entanto, sempre deu para dar umas voltas.
    Acrescento apenas uma coisa: e que tal mais provas de rally e menos provas de velocidade ? A essência do slot não são rectas imensas onde se esmaga o punho... a essência é a perícia de uma prova de Rally e/ou de Rampa.
    Foi assim que comecei aos três-quatro anos na cave dos meus pais com a Pista Scalextric do meu irmão e é assim que continuo agora no meu escritório com uma pequena, mas difícil, pista de Rally da Ninco.
    Um abraço slotista,
    Emídio.
    PS: também não tenho nada contra um campeonato com pneus novos e distribuídos pela organização e com motoers novos e distribuídos também pela organização... tudo pode ser sorteado em cada prova.

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  8. Caro Amigo Emídio!

    Não à bela sem senão, nem nunca haverá justiça, por muito que tentemos.

    A minha “exposição” serve como recurso para colmatar, minimizar, aproximar, aquilo que continuo a considerar um terrível problema sem solução. Mas não me temas, porque como tornei público, deixei de fazer parte das organizações e apenas me servi duma ferramenta que é pública, para fazer ouvir a minha voz, enquanto sonhava com um amanha melhor. Apenas isso. Estou também convicto, que muito embora um dos primeiros comentários a este poste tenha vindo de um já habitual participante (bem haja caro Nogueira), corroborando e justificando-se no apoio à minha ideia, é uma ideia que sei antecipadamente, completamente ABORTADA. É apenas o meu sentido de justiça a falar. Apenas isso.

    Quanto à ausência de iniciativas na área dos ralis, é apenas uma das pontas do icebergue que me levou ao desânimo. Depois de uma série de constatações relativas à minha incapacidade de promoção das inúmeras temáticas que poderemos comungar à volta do tema que nos une, apenas uma solução me restou e assumi-a.
    Contesto no entanto a ideia de que a essência do Slot passará em exclusivo por aí, pelo mundo dos ralis, mas isso são apenas opiniões pessoais e cada um alinhará pela bitola que mais lhe agradar ou convier. Penso apenas que isso é uma ideia que baliza em excesso um tão vasto tema, mas que no entanto nada justifica um quase completo alheamento de tal matéria. E a partir de agora é coisa que de todo não passará por mim. Terão que se unir e trabalhar por forma a conseguir-se dar esse passo que começa a tomar os contornos de paraplégico.

    Quanto a ideias e iniciativas novas, bom Emídio, outros há que espero, as tomem…..

    Um grande abraço e força com iniciativas…

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